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O ATELIÊ ROSÉE DORÉE – Projeto de Silvia Camilo

A transformação do espaço com uso de materiais e recursos do próprio ambiente, foi a inspiração da arquiteta Silvia Camilo, para a concepção do Atelier Rosée Dorée, onde foi criada toda a coleção Arte de Viver.

Eu, Silvia, começo a falar pelo lugar, que me remete lembranças de um início em que arquitetura vernacular entrava em meus planos.

Quando eu já estava angustiada e inquieta pela vida toda trabalhando com arquitetura urbana e urbanismo. Eu queria fugir do urbano, e esse lugar me abraçou, onde tudo o que estivesse ao meu alcance, ao alcance das mãos, no próprio local, é para a construção.

Na criação de um espaço que não se parecesse urbano, que ficasse então, inserido no próprio lugar, como se ali tivesse nascido, e que isso também, não o modificasse de forma alguma.

Juntando-se aos barracões antigos e de antigas construções, construídas de maneira, de forma tão livre, sem estilo algum, que tenha alguma definição.

Então, com esse mesmo barro, da mesma terra, tão cheia de cores surpreendentes, que veio a vontade e essa paixão pela arquitetura natural, que me grudou ali… pela amizade também, lógico… pelo abraço que a família sempre me deu.

O nome Rosée Dorée – Orvalho de Ouro, veio de um dia em que eu cheguei e vi uma flor lá, nascida ali mesmo, naquele lugar. E um orvalho… em um dia frio como hoje, aquele orvalho parecia dourado, pelos raios do sol, que já rasgavam a manhã.

…quando você está naquela sombra, e aquele sol da manhã, rasga aquela sombra, daquela árvore gigante, daquele ipê maravilhoso, lindo…

Nascia então, o nome do lugar… desse ateliê, que começara então, como nosso ingrediente principal, o barro.

O lugar se aconchega à medida que a gente se aconchega mais e mais… a cada dia, a esse lugar.

E pensei… penso sempre que deva ser, um espaço livre, para se ter ideias, criar… e por que não, meditar?

Pra que o espaço seja livre, pelo próprio nome de um “espaço livre”, já é libertador, para fluir a arte, pensar em arte…

Então, um lugar tão livre, não tem uma definição do espaço próprio dele, onde começa, ou onde termina.

Um lugar aonde você pode chegar, depende do que você queira fazer no dia, você pode escolher onde, e como ficar, para passar o seu dia.

Há uma frase de Simone de Beauvoir, de que eu gosto muito e que sempre me diz e me traz muita coisa para o lugar, quando se fala de liberdade de criação, liberdade de se viver, e de se sujeitar a fazer, as coisas mais bonitas.

Elas são surpreendentes, quando você é livre para pensar, criar, e então, é esta a frase, que sempre me norteou:

Que nada nos defina, que nada nos sujeite, que a liberdade seja nossa própria substância… já que viver é ser livre.

 

Eu acho isso lindo: “Viver é ser livre”. Então, como pensar em arte, se não ser livre, para você criar sua arte? Esse lugar é isso tudo… é libertador.

Mais o barro… as cores das tintas naturais… que a gente tira de lá, tudo o que se tem nesse lugar, libertador, é o que me prende a ele.

Silvia Camilo